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Política de educação no trânsito em MS vira referência nacional

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Todos os anos, 40 mil pessoas são vítimas de acidentes de trânsito.  Campo Grande faz parte do projeto “Vida no Trânsito”, organizado pela Organização Pan-Americana de Saúde, (OPAS) com ações programadas e articuladas para reduzir a triste estatística de mortes nas ruas. Em Campo Grande, em 2013, 46 pessoas morreram vítimas de acidentes; este ano, no primeiro semestre, o número de mortes caiu para 43. Na Capital, pesquisas apontam a alta velocidade e a embriaguez na direção como os principais problemas. A principal avenida da cidade, Afonso Pena, tornou-se o maior palco de acidentes. Após a reestruturação na avenida, o cidadão sente-se motivado a “enfiar o pé no acelerador”, provocando acidentes graves e com mortes. As maiores vítimas estão entre os homens, na faixa etária de 18 a 35 anos. Para mudar essa realidade, o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran/MS), aposta na política de educação no trânsito. As ações transformaram o órgão em modelo para o Brasil, reconhecido através do Prêmio Volvo de Segurança de Trânsito.

Entre as iniciativas está a “Cidade Escola de Trânsito” com a realização de palestras em escolas públicas da Capital e de 45 cidades do interior. Também está em execução o projeto “Pedestre, eu Cuido”. O Detran/MS repassou recursos através de convênio, à prefeitura de Campo Grande para melhorar a sinalização viária. “Nós fizemos um acompanhamento em todas as escolas de Campo Grande e nós detectamos que estavam sem revitalização, não tinha acesso para os cadeirantes, acessibilidade não tem quase em Campo Grande. Tem que ter sinalização de qualidade, se não tem sinalização, a campanha fica muito fraca”, destaca a ex-diretora de habilitação e educação de trânsito do Detran/MS e especialista no tema, Elizabeth Félix.

Outra ação positiva é o programa de “Formação do Jovem Condutor”, onde o estudante passa os dois últimos anos do ensino médio participando de ações educativas sobre a legislação de trânsito. Ao fim do curso, ele recebe o certificado e para tirar a carteira de habilitação só precisa fazer os exames e as aulas práticas. “Isso tudo para preparar os nossos futuros condutores na obediência nas normas de trânsito”, destaca a especialista.

Beth Félix reforça, em entrevista ao ToNoGospel, que a educação de trânsito é a principal esperança de mudança na formação dos condutores e de motoristas mais responsáveis no trânsito. Por isso, a legislação sobre o assunto deveria ser obrigatória no ensino público. “Há uma necessidade do legislativo assumir essa condição de levar isso para uma lei federal, aonde o MEC (Ministério da Educação), seja obrigado a colocar de fato a disciplina de trânsito desde a pré- escola para que a gente possa mudar toda  cultura e todas essas atitudes distorcidas que os nossos condutores têm hoje”, afirma.

O Detran também oferece capacitação aos professores para dar continuidade aos projetos levados pelo órgão até o interior. Hoje, das 79 cidades, 45 estão integradas ao sistema do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e tem municipalização sobre a questão do trânsito.

Na visão de Elizabeth Félix, outro avanço conquistado em Mato Grosso do Sul é a certeza de punição dos envolvidos em acidentes com mortes. Em casos onde o acidente foi provocado por motorista embriagado, os processos são levados á justiça com tipificação de dolo eventual onde o condutor assume o risco de matar. Os casos são levados ao tribunal do júri e as penas podem chegar aos 34 anos de prisão.  “Hoje nós temos jovens cumprindo pena de 34 anos porque matou um no trânsito, porque estava embriagado, fazendo racha em alta velocidade”, garante Elizabeth Félix.

Para ajudar nas iniciativas em prol de um trânsito melhor, em breve, o ToNoGospel realiza o Passeio Ciclístico pela Paz no Trânsito em Campo Grande.