Cid Moreira, que apresentou o “Jornal Nacional” durante 27 anos, entre 1969 e 1996, diz que segue em sua “fase bíblica”. Ele falou com a Folha de São Paulo na noite de entrega do Prêmio Comunique-se, realizado no dia 23 de setembro.
Folha – O que o senhor tem feito ultimamente? Tem trabalhado em projeto pessoal?
Cid Moreira – Olha, a minha vida é de fases. Tive fase do rádio, fase de cinema, fase de TV, e agora estou na fase bíblica. Estou divulgando a Bíblia. Tenho conseguido resultados maravilhosos. Por exemplo, a Bíblia que eu gravei, com trilha de cinema, efeitos, personagens, vamos dizer assim, o cego vê as imagens. A intenção é que as pessoas vejam. Essa Bíblia foi incluída num aplicativo que tem acesso de mais de cem milhões de pessoas no mundo.
Folha – Em várias línguas?
Não. Em português é a minha gravação. E é gratuito [o aplicativo], claro.
Folha – O senhor é muito religioso?
Não era, mas agora eu sou.
Folha – O que mudou?
Milagre da Bíblia. Você começa a ler a Bíblia, trabalhar com a Bíblia, e as coisas vão acontecendo.
Folha – Quando começou a ler?
No início da década de 1990, quando gravei salmos. A Globo me ajudou muito. Gravei vários clipes, trechos da Bíblia, enfim Começou a fase que vai ser a minha fase derradeira e gloriosa. Estou completando no final do mês 70 anos de carreira.
Folha – O que mais gostou de fazer?
O que estou fazendo agora.
Folha – O senhor acha que mudou muita coisa na televisão?
Sim, melhorou muito. Não só a imagem, que é digital, mas mesmo os apresentadores estão mais soltos, mais informais. Está ótimo. Nota dez.
Folha – Era mais difícil na sua época?
Era, claro. Era mais formal.
Folha – O senhor sente vontade de voltar a fazer televisão?
Minha filha, com 87 anos, pelo amor de Deus!